À primeira vista, os traços delicados e o semblante de menina podem indicar uma personalidade calma. Mas só à primeira vista. Aos 24 anos, Carol Celico sabe dosar a essência feminina com as responsabilidades da mulher moderna: mãe, esposa e profissional. Casada desde dezembro de 2005 com o meia do Real Madrid Kaká (29), com quem temLuca (3) e Isabella (6 meses), a cantora — que prefere definir seu repertório como pop em vez de gospel — falou com exclusividade à CARAS sobre como lida com seus papéis. “Sou uma equilibrista na corda bamba, segurando pratos. Levo um filho ao pediatra, volto para casa, dou banho, almoço e jantar, coloco um para dormir, aí o outro chora. E a mulher ainda tem de estar sempre sorrindo e linda, o marido chega em casa e tem de estar pronta para recebê-lo. Não é fácil. As pessoas me veem na mídia, arrumada, e parece que é sempre assim. Não. Eu me viro sozinha. Se tenho evento, em SP até tenho uma equipe, mas em Madri faço meu cabelo, unha, depilação, maquiagem, tudo sozinha”, relata a paulistana radicada na capital espanhola.
O empenho dedicado à família se repete quando o assunto é o trabalho e fazer o bem. Após um ano de distribuição gratuita das canções pela internet, ela lançou, em julho, os primeiros CD e DVD, Carol Celico. “Quis aproximar as pessoas de Deus, para que cada um saiba estar mais perto Dele. Tentei mostrar esse Deus mais ‘cool’”, diz a ex-pastora da igreja evangélica Renascer, da qual se afastou no fim de 2010. “Sou cristã. Você não precisa ter uma religião ou pertencer à igreja para estar perto de Deus.”
– Como define sua música?
– Diria que é pop.
– Incomoda se as pessoas a chamam de cantora gospel?
– Não. Gospel é um estilo de música dos coros americanos e no Brasil passou a denominar tudo que tem a ver com Deus. Minha música tem a ver com Ele, mas é de forma diferente. Acho que é mais leve, fala de amizade, relacionamentos, família, como Presente de Deus, que gravei com o Kaká, que é sobre o casamento, e Fruto do Amor, que fiz para o Luca.
– E para Isabella?
– Luca fala que a música dele já é da irmã, diz: ‘Mamãe, empresto para ela.’ Compus uma, um dia antes de ganhá-la, mas não sei quando nem se vou gravar, nem dei nome. Mas a canto para Belinha.
– Como convenceu Kaká a gravar com você?
– Não teve esse trabalho psicológico. Ele compôs a música. A letra é como se ele falasse para mim e eu para ele. Gravar sozinha ou com outro homem não daria certo, ele era a única opção. Ele me deu essa prova de amor.
– Como é ser casada com alguém famoso mundialmente?
– Kaká, para mim, é uma pessoa normal. Para eu entender a proporção é complicado, porque o conheci antes de ter fama, estamos juntos há 10 anos. Casei aos 18. A vida me proporcionou isso, nos encontramos e tivemos certeza de que era a coisa certa a fazer.
– Desejam mais filhos?
– Mais um, daqui a vários anos, mas apenas quando os dois já estiverem grandinhos.
– Nem parece que deu à luz há seis meses...
– Quero emagrecer quatro quilos para chegar ao meu peso normal. Estou com 54kg. Comecei a fazer ginástica e dieta. Estou amamentando a Isabella e logo vou parar. Com o Luca, não me alimentava bem, então tive menos leite; aos quatro meses acabou. Da Isabella, por ser o segundo filho e não ter esta ‘encanação’ de emagrecer, estou comendo melhor. Agora que ela fez seis meses, comecei a evitar um pouco mais os carboidratos.
– E exercício físico?
– Não é meu forte, não gosto de academia. Vou porque faz bem. Faço transport, um aparelho de atividade aeróbica, e pilates.
– Você diz que a mulher moderna tem de estar sempre arrumada. Isso não cansa?
– Gosto de não me preocupar sempre com isso. Em Madri, às vezes, saio sem maquiagem, de cabelo preso, moletom e chinelos.
– Com quem acha que seus filhos se parecem mais?
– Luca é mais a cara do pai e Isabella, a minha. Mas somos parecidos. Quando começamos a namorar, todos achavam que éramos irmãos e eu ficava sem graça.
– E quanto à personalidade?
– Isabella é mais quieta. Não dá trabalho para dormir, nem comer; já come papinha de frutas, à tarde. El.a é tranquila, como Kaká; Luca é agitado como eu. É engraçado, porque o amor é igual de um filho para o outro, a gente só entende quando passa. Luca é a minha paixão, grudado comigo, tem ciúme de qualquer um que chega perto, acha que sou dele e acho que ele é meu também. Isabella é minha cúmplice, meu time. Quando crescer, acho que me contará as coisas, sair comigo... Seremos eu e ela ‘contra’ Kaká e Luca. Às vezes, estou com ela no colo e Kaká, com Luca, quer fazer guerra de almofadas, mulheres contra homens, e fica essa coisa gostosa