domingo, 13 de março de 2011

O homem que nasceu pra honrar (parte 3)


Milan

Chegada

Em 2003, embora houvesse uma proposta de 12 milhões do Chelsea, Kaká preferiu o ambiente recém-campeão europeu e de ambiente brasileiro do Milan (que contava com Dida, Cafu, Roque Júnior, Serginho, Rivaldo e o cartola Leonardo, um dos responsáveis pela sua contratação e seu ex-colega de São Paulo, em 2001), numa transação inicialmente programada apenas para o verão seguinte,e apressada justamente pelo interesse do clube inglês.
O acerto da transferência de Kaká para o clube de Milão foi fechado por 8,5 milhões. Devido ao que vinha tendo no São Paulo, este valor foi considerado muito baixo pelos torcedores do tricolor e jornalistas esportivos, além de ter sido ridicularizado pelo presidente do Milan, Silvio Berlusconi, que, com seu característico bom-humor, batizou a contratação de Kaká como "preço de banana".
Chegou para ser reserva, mas, surpreendendo a todos, desbancou o português Rui Costa (e também a Rivaldo) ainda no primeiro turno e transformou-se no principal astro da equipe, ao lado de Andriy Shevchenko. Em dois meses sua camisa já estava entre as mais vendidas do clube, tornando-se ídolo logo no início do campeonato, ao dar passe de 30 metros para Shevchenko marcar o gol da vitória contra o Ancona, logo em sua estreia pela série A  e, na quinta rodada, ao marcar um dos gols da vitória por 3 x 1 sobre a rival Internazionale, em partida em que peitou o argentino e carniceiro adversário Kily González. "Eu precisava me impor naquele momento. Não por maldade, mas para mostrar que estava ali de fato, que vim para ficar, que não era só um garoto", declarou.
Eleito o melhor da partida em diversos jornais, tornou-se o primeiro jogador latinoamericano a fazer parte de campanha mundial da Adidas, da qual também entrou no grupo dos cinco atletas mais importantes, desbancando Oliver Kahn.] Foi eleito pelo Guerin Sportivo também o melhor jogador da campanha que levou o Milan novamente ao título italiano depois de cinco anos, marcando dez gols em seus trinta jogos no campeonato. Na Itália, foi tornando-se um jogador completo: aprendeu a marcar, desmarcar-se e adquiriu impressionante velocidade - conseguindo inclusive terminar ainda em acelaração piques de 100 metros nos treinamentos -, além de aflorar seu lado goleador.
As decepções ficaram na Liga dos Campeões: defendendo o título, o Milan venceu a partida de ida contra o La Coruña, no San Siro, por 4 x 1, com Kaká marcando duas vezes. Na partida de volta, na Espanha, os galegos conseguiram espantosamente reverter o resultado e vencer por 4 x 0, eliminando os rossoneri nas quartas-de-final; e quanto ao sonho de participar das Olimpíadas de 2004, mas a Seleção foi eliminada ainda no torneio pré-olímpico, do qual ele não foi liberado pelo Milan para participar.

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