sábado, 20 de agosto de 2011

Esposa à moda antiga


A imagem de menina de certo recato confere. Fala pausada porém articulada, tom baixo, discretamente vestida. Caroline Celico nada tem a ver com o estereótipo das mulheres de jogador de futebol, quase sempre espalhafatosas – para dizer o mínimo. Pudera, nascida na classe média alta paulistana, ela é filha da empresária Rosângela Lyra, embaixadora da grife francesa Dior no Brasil. A linhagem diferencia tanto quanto sua postura ao lado do marido, o meio-campista Kaká, do time espanhol Real Madrid. Em sua mais recente passagem por São Paulo, Caroline veio divulgar seu disco, que tem seu nome, em sua estreia como cantora de um estilo de música que ela define como um pop de Deus. A experiência será única: ela não pretende desenvolver a carreira, gravar um novo disco, fazer shows, nada disso. Aos 24 anos, ela só quer saber de cuidar dos filhos – Luca, de 3 anos, e a recém-chegada Isabella, de 3 meses-, e de Kaká. Em troca por tamanha devoção, conseguiu que o jogador vencesse a timides e gravasse uma música com ela. “Ele o fez como prova de amor”, conta. A seguir, ela fala da rotina em Madri, do disco, da polêmica saída do casal da Igreja Renascer e de sua vocação para cuidar da casa e liberar o marido das tarefas domésticas.
Tem ciúme do Kaká?
Eu não nunca tive, principalmente de fã. A gente tem um zelo. É porque ele é meu. É um cuidado, em uma festa e alguém vem… As fãs são tranqüilas, amorosas, a maioria gosta muito de mim, vem conversar.

Qual o segredo para essa paixão durar 10 anos?
Acho que os altos e baixos do casamento faz você cada dia ter que reconquistar. Então a gente se reconquista. Tenta sair da mesmice, sabe? Principalmente depois que vem os filhos, a gente acaba falando só disso. Tem que ter aquela coisa da conquista, de carinho, de surpresa, de chamego, um dia escrever no espelho, deixar um recadinho na carteira, colocar uma música no carro…

Vocês têm algum apelidinho?
Eu chamo ele de Bu.

Por que Bu?
Por causa daquele filme Monstros SA, que a menininha falava Bu e assustava o monstrinho, eu achei aquilo muito fofo, então ficou Bu. Ele me chama de Bu também, mas mais Vida, Amor. Quando ele tá bravo é Caroline. E é só a minha mãe e ele que me chamam de Caroline.

Como convenceu o Kaká cantar?
Pensei que seria mais difícil. Mas ele viu como uma prova de amor sabe? Ele falou: “eu vou dar esse presente para ela”. A agenda dele é muito complicada e reservou apenas uma tarde para a participação no CD e DVD. Antes da gravação no estúdio ele recebeu algumas instruções e gravamos a música. Mesmo com muito ensaio possivelmente nunca cantaria como um profissional, porque a profissão dele é outra.


Você e a Cláudia Leitte protagonizam um dos momentos mais bonitos do DVD. Vocês são muito amigas?
Eu não conhecia o trabalho da Cláudia quando morava em Milão, nem com o Babado Novo. Mas um dia, fui para um churrasco na casa de uma amiga minha lá  e ela colocou o DVD. Então, eu vi a Cláudia falando de Deus no meio do show e pensei: “Nossa que ousadia dela falar a palavra a Deus. Tem pessoas que tem tanto medo e ela tão exposta”. Nesse momento senti uma sintonia muito grande com ela, aquela empatia, né? E eu entrei em contato com ela e quando eu vim para São Paulo. Quando a gente se encontrou ficamos emocionadas. Eu contei para ela a história e ela me disse que em agosto também, mesmo mês do churrasco, ela estava tinha me visto no You Tube, pregando, dando uma mensagem e me disse: “Eu gostei muito de você”. Isso foi em 2009. Quando fui fazer o convite, eu falei do projeto do DVD para ela e ela aceitou na hora, não sabia nem o que era direito. Foi uma empatia de ambos os lados.

Pretende fazer shows?
Não.

Como foi o rompimento de vocês com a Igreja Renascer?
Eu não vou falar de motivos. Fiquei muitos anos, 7, lá e o Kaká mais ainda. Chegou um tempo que a gente viu que já era suficiente. Então, optamos por sair, mas temos muita gratidão pelas pessoas que nos ajudaram ali. Fizemos muitos amigos.

E agora pensam em ir para alguma outra igreja?
Não.

Sua mãe resistiu no começo a sua entrada na religião, certo?
Ela não foi a favor. Fui criada em Igreja Católica. Quando conheci o Kaká, nunca tinha ouvido falar em evangélicos. Depois que passei a frequentar a dele, passei a bater muita boca com minha mãe. Teve um momento de imaturidade, eu tinha 15 anos. Passei por situações chatas com ela. Hoje eu sou mãe e vejo foi um zelo dela de não deixar ir para o caminho errado. Nada mais.


Ter uma mãe embaixadora de marca de luxo, transitando em círculos sociais menos espiritualizados muitas vezes, não gera um conflito entre a “Bíblia” e o “Louboutin”?
Em qualquer lugar e em qualquer área profissional há pessoas buscando a Deus e fazer o bem ao próximo. Eu creio que Deus sempre olha o nosso coração e a nossa disposição em ajudar o próximo, com ou sem Louboutins, mas sempre com a inspiração da Bíblia.

Como é a rotina em Madri?
Eu gosto de nadar, faço pilates. Eu não gosto de pegar nada pesado, correr fazer maratona, isso não é comigo. Mas, alongamento, esse tipo de coisa eu gosto.

Vão a igreja lá?
O Kaká nunca frequentou igreja nestes oito anos fora do Brasil. Sempre buscou mensagens na internet, estudou… A gente ajuda um ao outro, ora junto, conversa quando estamos no carro, no banho…

Fica muito sozinha?
Fico. Desde que eu conheço o Kaká, fico muito sozinha. São dois jogos por semana, então quatro dias fora. Sobra três. Dos três, tem treino, tem foto, entrevista, alguma coisa. É como um executivo que volta tarde da noite para casa. É muito complicado porque não é só abrir mão da esposa, agora é abrir mão de dois filhos.

E o que faz nesse tempo longe?
Eu me dedico a cuidar do Luca e agora da Isabella também. Eu amo ir para o supermercado, amo cozinhar, comprar ingredientes diferentes, aromas asiáticos…
Mas você tem amigas?
Em Madri eu tenho menos. Em Milão eu tinha mais amizades porque eu fiz faculdade lá, trabalhei. Tenho uma ou outra amizade, tanto de espanholas, como de brasileiras que eu conheci lá.
Vocês frequentam a casa dos outros jogadores?
O Kaká tem mais amizade com o Marcelo (jogador brasileiro do Real Madrid), que tem até um filhinho pequeno. Ele também é amigo do Cristiano Ronaldo, mas ele tem namorada e outro tipo de vida.
Qual o passeio preferido da trupe?
Adoramos levar o Luca para o Zoológico. Ele adora bicho. Tirar leite da vaca. A Isabella nasceu assim, era para ela nascer uma semana depois. Ela adiantou uma semana, porque eu fui mostrar como tirava o leite da vaca para o Luca em uma fazenda depois de uma estrada de terra. Tive contrações o dia todo e à meia noite daquele dia, entrei em trabalho de parto.
Como ele é como pai?
Quando está em casa, ele é super presente. Gosta de fazer bagunça, pular em cima da cama e fazer cabana com lençol e travesseiro para o Luca. Ele é um paizão. Mas não deixo trocar fraldas, porque não precisa. Eu não cobro isso. Não quero que ele faça coisa chata quando está em casa.

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